terça-feira, 9 de agosto de 2011

Capítulo 35

Thank you *.*

Mariana começou o ano por formular um plano de acção. Mas antes de executar o que quer que fosse, decidiu esperar umas semanas, mais de um mês para que o sucedido com Daniela caísse no esquecimento. Entretanto aproveitara esse tempo para ir, gradualmente, aproximando-se de Susana. Claro que tinha que se resignar a conviver com esta no inicio e final da noite, mas os resultados eram imensos, dado que a loura era bastante faladora e não era difícil cair nas boas graças desta. Certo dia ganhara coragem para a convidar para tomarem um café e para sua surpresa Susana aceitara prontamente. O entusiasmo dera-lhe algumas esperanças.
No dia combinado encontraram-se num café não muito longe das imediações do bar. O dia estava solarengo e razoavelmente quente para aquela altura do ano, mesmo como Mariana gostava, o que lhe melhorava o seu humor já eufórico. Mariana não cabia em si de entusiasmo mal verificou que Susana era perfeitamente pontual. A loura quando a avistou avançou para esta, cumprimentando-a calorosamente. A outra não pôde deixar de se espantar por ver Susana apenas de t-shirt, se bem que agradecesse puder ver melhor as curvas desta.
Encaminharam-se para uma mesa na esplanada, onde o sol incidia e aquecia o local. Era a realização de uma fantasia tida por Mariana desde que vira a loura pela primeira vez. Se bem que as suas fantasias não faziam justiça ao modo como o sol atingia o cabelo de Susana e acentuava os reflexos dourados deste. Sempre com o olhar fixado nos olhos azuis da outra, Mariana iniciou a conversa, “A tua namorada não se importa que estejas aqui comigo?”
“Não, ela nunca me pede justificações”, disse Susana, rindo-se, “Já tive uma que era um abuso de ciúmes, mas a Daniela diz-me sempre para ir e divertir-me”
“Ainda bem, não ia querer problemas com ela”, respondeu Mariana, rindo-se também, lembrando-se da conversa que tivera com a rapariga, “Adorei aquela malha que passaste ontem no fim, foste tu que a fizeste?”
Faladora como era, Susana descreveu exactamente como fizera o remix da música em questão. Afinal eram poucas as coisas de que se podia orgulhar, era boa Dj. Era nesses diálogos que Mariana podia comprovar que era verdade o que a barman lhe transmitira a respeito da loura, falava bastante da namorada. No que dizia respeito ao seu trabalho, Daniela respeitava-lhe imenso o facto de ela trabalhar desde muito nova e de não depender de ninguém, ao contrário dela. Porém, a rapariga admitia que a música que Susana fazia não era do seu agrado, mas apenas porque se era para ser electrónica, ao menos que fosse trance ou psicadélica.
“Ainda teve a lata de dizer que um Dj ranhoso qualquer era óptimo!”, continuou Susana, picando a rodela de laranja do seu sumo com a palhinha, “E ela fica a abanar a cabeça a ouvir aquela merda”
“O que é que te irrita?”, picou Mariana, sem se aperceber que estava a pôr o pé em ramo verde, só queria descobrir podres da rapariga, “O facto de ela gostar das músicas desse ou de dizer que um ele é melhor que tu?”
Foi então que Susana resmungou num tom sóbrio qualquer coisa que a outra não conseguiu ouvir, até construir uma frase compreensível, “Esclarecemos que eu não tocava em certas coisas que fiz que não me orgulho e ela não dizia nada do que fez com gajos”
“Se estivesses à espera de uma rapariga que nunca tivesse feito nada com um gajo, bem podias esperar sentada”, disse Mariana, tentando tirar nabos da púcara à loura, “Sou bi, como sabes, e estive com bastantes até”
“Eu nunca fiz mas pronto, sou totalmente gay”, respondeu Susana, cuja ideia se aproximar de um rapaz lhe parecia, no mínimo, desagradável. Adorava rapazes, mas estes para ela só davam excelentes amigos, melhores que raparigas até, “A Dani chegou a ir longe demais para o meu gosto com gajos, mas nunca ao ponto de ter sexo com um”
Mariana sorriu perante a ideia de Daniela a ser violada por uma manada de pretos. Mas colocou essa ideia de lado e respondeu, “Isso quer dizer que foste a primeira dela ou outra rapariga tratou disso?”
“Fui…momento mais incrível por que alguma vez passei”, murmurou Susana com um sorriso comovido, como se recordasse o acontecimento. Mariana foi assaltada por uma sensação gélida, ao aperceber-se de que Susana e Daniela eram bem mais importantes uma para a outra do que a inicio pensara. Desligou do que a loura estava a dizer por uns momentos e ponderou no que se estava a meter, agora que tinha todas as perspectivas da situação.
Susana obviamente que continuava à nora e vira aquele encontro como meio de socializar com uma colega de trabalho, que poderia, no máximo, passar a amiga. Tinha namorada, namorada essa que amava e por quem fazia tudo. Daniela estava perfeitamente consciente das intenções de Mariana e mesmo assim tentava fazer com que esta não se sentisse tão mal cada vez que a via coma loura. Susana significava tanto para ela, como ela para a loura. Onde encaixava Mariana ali? Não encaixava, mas depois de tanto azar em assuntos amorosos também merecia ser feliz.
Com um aperto na garganta, já com um peso na consciência muito antes de fazer o que quer que fosse, murmurou, de forma inaudível, “Desculpa…”. Ia jogar a sua única carta, levantou-se da cadeira e beijou Susana. A loura ficou tão surpreendida que se limitou a ficar imóvel. Mariana sentia o peso da consciência cada vez mais nítido nos seus ombros, não era mesmo assim que gostaria de beijar Susana, forçando-a. Porém estava consciente que não era um beijo que iria fazer com que a loura mudasse de ideias, só lhe restava aproveitar o momento ao máximo.
Por sua vez Susana não estava à espera daquilo, não o conseguiria prever de maneira nenhuma. Via a outra como uma amiga, está bem que era atraente, mas apenas e somente uma amiga. Há uns tempos atrás tê-la-ia já encostado a uma esquina, mas não naquele momento. Lentamente foi voltando a si, até que pegou na cara de Mariana e afastou de si, “Não devias ter feito isso…”
“Peço-te tantas desculpas…”, disse a outra, não aguentando mais e deixando que as lágrimas que tentara segurar corressem, “Não sabia como to dizer”
Não estava na natureza da loura aproveitar um momento de fragilidade de outra pessoa para levantar picardias. Nem soube que mais fazer senão abanar a cabeça e voltar as costas à outra, deixando-a para trás. Durante o percurso até à saída, Susana ainda conseguiu ouvir os soluços, o que nada contribuía para o seu conforto naquela situação. Apressou-se a sair dali, ponderando o que fazer para remediar tudo. Antes de nada, devia contar a Daniela. Não queria ter segredos para ela e se estivesse no lugar dela também iria agradecer a honestidade.
Pegou no telemóvel e verificou as horas. Óptimo, ela estava quase a acabar as aulas, agora era só questão de chegar à faculdade a tempo. Guiou a mota excedendo o limite de velocidade, mas não tinha importância, pois conseguiu chegar ao seu destino mesmo a tempo de avistar os alunos a saíram do edifício. Esperou um pouco e avistou Daniela a caminhar ao lado de uma rapariga, conversando. Acenou-lhe e esperou que ela terminasse a conversa.
O dia tinha sido, no mínimo, marejado de emoções e ver Daniela aparentava ser o expoente máximo de alegria. Mal a outra rapariga se afastou, Susana foi ter com Daniela, dando-lhe um beijo rápido e um abraço mais demorado. Sabia que a namorada não gostava de excesso de demonstrações afectivas em público, mas o facto de estarem numa relação nada convencional já não constituía parte da sua falta de à-vontade.
“Não estava a contar ver-te”, disse a morena, com a mão no braço da outra, afagando-o, “Estava para ir para casa”
“Sabes que gosto de te surpreender, já tinha saudades e queria ver-te”, respondeu a loura, retirando os livros do braço da rapariga, não querendo que esta se cansasse com eles, “Será que podemos ir tomar um café ou isso? Preciso de falar contigo”
Daniela anuiu e encaminhou-as para um café nas imediações da faculdade. Susana mantivera-se calada todo esse tempo, como se estivesse nervosa, o que a preocupou. Decidiu só insistir quando a outra estivesse disposta a falar. Chegaram ao local e Susana pousou os livros numa cadeira, antes de puxar a da morena, para que esta se sentasse, sentando-se ela, em frente a esta. O empregado não demorou a anotar os pedidos, até que ambas ficaram entregues à sua privacidade. Um café para a rapariga e um Sumol para a loura.
“Hoje fui tomar um café com a Mariana”, contou Susana, enquanto acendia um cigarro, “Estivemos a falar e estava tudo na boa. Depois ela abusa um pouco mais do que devia…”
Daniela sentiu uma onda de raiva percorrer-lhe o corpo, mas nada mais fez do que acender, também ela, um cigarro. Sentindo o efeito da nicotina acalmá-la, falou, “Continua…”
“Fiquei parva a olhar para ela”, prosseguiu a outra, “Levantei-me e fui embora, mas ela fartou-se de chorar…tive pena”
Racionalidade sobre emocionalidade, era o lema da rapariga. Passou uma mão sobre o cabelo escuro e ficou a ponderar durante algum tempo. Pela expressão da loura, sabia que não tinha motivos para se preocupar, por muito que o facto de Mariana ter tocado na sua namorada a irritasse. “Deixa…o mais provável é que nem volte a tentar nada, duvido que queira prolongar a humilhação”
“Não sei”, respondeu Susana, brincando com a lata, “Ela pareceu gostar demasiado de mim, mais do que lhe faria bem”
“Ai que convencida”, brincou Daniela, de modo a aligeirar a situação. Pegou num guardanapo e amachucou-o, atirando-o à outra, que se riu, “Agora a sério, confio que se por algum motivo os teus sentimentos mudassem, tu me avisavas e não fazias nada pelas minhas costas”
“Sabes que sim, serias a primeira a saber”, disse, Susana, pegando nas mãos da rapariga e beijando-as, “Estou tão bem com quem estou, amo-te, sabes disso. Olha o que fazes hoje à noite?”
“Piegas de merda”, disse a morena, que não perdia uma oportunidade para gozar com as lamechices da outra, “Não tenho planos. Tem alguma coisa em mente, Sra. Marques?”
“Piegas mas tu gostas. Hoje estou de folga”, ripostou a loura, piscando o olho à rapariga. O sorriso cúmplice que esboçou revelava que aquela noite ia ter muito que se lhe dissesse. Ambas trocaram um olhar e um sorriso, antes de se inclinarem, para um beijo.
Daniela teve que parar o beijo, afogueada. Já sabia como ficava cada vez que estava com Susana, mal podia esperar para se encontrar a sós com esta. Esta perguntou, “Na tua casa ou na minha?”, arqueando a sobrancelha de modo provocante.
“Pode ser na tua, hoje tenho lá os meus pais e não quero levantar ondas”, respondeu a rapariga, “A minha mãe não vai com a tua cara, como sabes”
“A tua mãe só vai com a tua cara, amor, ainda há-de gostar de mim”, disse a loura, dando outro beijo à namorada, “É na boa, a minha avó vai estar fora acho eu”
“Continua a chamar-me amor e esta vai ser uma noite de celibato”, picou Daniela, mas no fundo implorou que não fosse.
“Uma noite de quê?”, perguntou Susana, a quem a nova palavra era desconhecida, “Não apanhei essa”
“Abstinência”, clarificou a morena, vendo a outra empalidecer e engolir em seco, “Ou seja, daqui não levas nada”
“Ai de ti”, ameaçou a loura, fazendo beicinho, tal criança a quem roubaram o doce, “Vá lá, estou no meu limite”
“Porta-te bem”, sussurrou a rapariga, puxando a namorada para si, beijando-a outra vez.
Despediram-se pouco depois, seguindo cada uma o seu rumo, indo cada uma para a sua respectiva casa. Daniela ainda queria aproveitar a tarde para estudar e pôr uns trabalhos em dia e Susana ainda tinha que passar pelo supermercado.
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Felizmente que a tarde havia sido produtiva para Daniela, aproveitara para despachar uns trabalhos importantes que tinha. Demorara mais do que estava à espera e quando olhou para o relógio, verificara que já se encontrava atrasada. Despediu-se dos pais, avisando para onde ia e ignorando o esgar de nojo que se desenhou nas feições da mãe. Dirigiu-se para o carro e foi até casa de Susana.
“Atrasada como sempre”, pensara Susana. Já passavam quarenta e cinco minutos da hora estipulada. Dirigiu-se à janela e tentou avistar o carro da namorada, mas sem sucesso. Decidiu ir para a sala, pois sabia que a rapariga tinha a chave e não teria que lhe abrir a porta. Por fim, o som da chave a ser inserida na fechadura fez-se ouvir. Ficou onde estava, até que sentiu os braços da namorada em torno do seu pescoço, enquanto esta dizia, “Desculpa, mas perdi a noção das horas, estive a fazer um trabalho”
“Fecha mas é a porta, já viste o frio que está?”, brincou a loura, cujo atraso da rapariga não a preocupava, já sabia como esta era.
“Não eras tu que nunca tinhas frio?”, perguntou Daniela, embora tivesse feito o que a outra lhe disse.
“E não tenho mas é por causa da minha avó”, esclareceu Susana, ainda no sofá, enquanto se espreguiçava preguiçosamente, “Ainda está em casa e eu queria manter isto quente”
“Pronto não batas mais na ceguinha”, replicou a morena, lançando as mãos ao ar em sinal de derrota. Dirigiu-se à cozinha para falar à idosa, encontrando-a a arrumar um pacote de doces no armário. “Boas noites”
“Boa noite querida”, cumprimentou ela, com um sorriso afectuoso, antes de ser interrompida por um violento ataque de tosse, que ainda durou algum tempo. A rapariga arregalou os olhos perante o estado da senhora, a sua fragilidade vinha a aumentar cada vez mais notoriamente. Não soube o que fazer para a auxiliar, apenas esfregou as costas a à idosa, sentindo os espasmos desta, “Tem a certeza que está bem?”
“Sim…isto tem-me vindo a acontecer muitas vezes”, disse a avó, ainda a tentar recompor-se, “Não tenho dito nada à Susana porque não a quero preocupar, portanto não lhe fales nisto”
“Ela está consciente…”, respondeu a morena, preocupada, a quem observar o estado da idosa era penoso, sobretudo porque não tinha a sensação que esta fosse aguentar, “Mas devia ir ao médico, não está de acordo?”
“Acho que no meu estado não vale a pena”, desabafou a senhora, que via visitas regulares ao médico como uma despesa desnecessária quando apenas lhe prolongaria o sofrimento.
“Não diga isso…”, tentou a rapariga, que se tinha vindo a afeiçoar à avó da namorada e custava-lhe imaginar como seria se esta não melhorasse, “A Susana precisa de si”
“Ela já é uma mulher e eu tenho sido um estorvo”, respondeu a idosa, a quem o esforço que a neta fazia para as sustentar a ambas não era desconhecido, “Ainda bem que apareceste tu, assim ela não fica sozinha quando eu partir”
“Acredite que é muito importante para ela”, disse Daniela, suspirando, reconhecia a verdade nas palavras da senhora e não o podia negar, “Se lhe acontecer alguma coisa ia causar-lhe imenso sofrimento”
“Eu sei, mas neste momento não posso lutar contra isto”, disse a avó, pegando no casaco e no xaile, “Já não tenho força para tal”
Tanto Susana como Daniela se despediram da senhora e a viram desaparecer pelo cimo da rua, gradualmente, até se tornar mais um fragmento no meio da escuridão. Quando já não era possível avistar a avó, a loura foi buscar mais lenha para a lareira, pois não queria arriscar a deixar a casa arrefecer. Só então se virou para a rapariga, perguntando-lhe se tinha fome uma vez que ela, Susana, tinha imenso apetite e a fome já apertava. Realmente Daniela não comia desde o almoço, mas era raro sentir a necessidade de comer. No entanto, não dizia que não aos cozinhados da outra, agora que sabia dos dotes culinários desta. Foram para a cozinha e prontamente a loura começou a preparar algo, sem dizer o que era.
Daniela sentou-se à mesa, a pedido de Susana, enquanto esta preparava omeletas mistas. O cheiro intensificava o apetite a ambas e felizmente que não demorou muito a que a comida estivesse pronta a ser servida. Comeram as duas de bom grado, tirando o facto de que a morena não chegou a meio da sua, simplesmente não tinha fome para tanto. A loura, como se de um movimento reflexo se tratasse, tirou o que restava da comida do prato da rapariga e pôs prontamente no seu, pois continuava com fome.
"Estás a ganhar um pneuzinho, Susana", gozou Daniela, ao ver a outra quase engolir o resto da omeleta sem saborear. Aproveitou para lhe picar a barriga com um dedo, consciente de que esta era bem firme e exercitada, cortesia do tempo que despendia a praticar desporto.
Susana parou, ainda de garfo na boca, olhando rapidamente para a sua barriga, subitamente preocupada. Verificou que estava tudo no lugar e resmungou, “Cala-te”
Daniela ficou especada, a observar a outra que por muito que comesse não perdia as formas perfeitas. A rapariga tinha que se forçar a si mesma a comer de modo a que não emagrecesse, mas a loura comia o que queria e não era pouco. A morena não pôde evitar lembrar-se de Andreia que tinha o máximo cuidado com a linha e que fazia imensos sacrifícios. Depressa se esqueceu e voltou à realidade, vendo Susana levantar-se para ir lavar a loiça que tinha sujado durante a refeição e indo prontamente limpar o fogão. Levantou-se, também, para a ir ajudar.
De súbito, Daniela teve uma ideia que já andava a considerar havia algum tempo. Chamou Susana com um dedo e a melhor expressão provocante que conseguiu, conseguindo que esta largasse de imediato o pano da louça, com uma expressão sugestiva. Mal a outra chegou junto à morena, beijou-a com alguma força, encostando-as à parede. Quando a loura pensou que detinha o controlo da situação, seguiu com a rapariga para o quarto. No entanto, foi apanhada de surpresa, quando esta as virou e a empurrou de costas, para a cama, procedendo a montá-la.
“Noite de abstinência, hm?”, provocou Susana, entre um beijo e outro, passando as mãos nas ancas da rapariga.
“Ssh, ou não levas mesmo nada”, disse Daniela, dando um beijo intenso à outra, conseguindo calá-la. Aproveitou um momento em que as mãos desta estivessem mais acima, para lhe puxar a t-shirt, descartando-a. Beijou-lhe o pescoço, num certo ponto que sabia deixar Susana louca, até descer um pouco, mordiscando-lhe o peito levemente. Os gemidos baixos da loura eram indicativo de que estava a aperfeiçoar cada vez mais o que esta lhe tinha vindo a ensinar. Susana levantou-se um pouco para facilitar que lhe tirasse o soutien, não contando que a morena aproveitasse o momento em que esta levantasse os braços, para os prender com um cachecol à barra da cama.
A loura só se apercebeu da sua condição quando tentara tocar na rapariga, vendo-se impedida, “Foda-se oh Dani, que é esta merda?”
“Vais gostar, prometo”, garantiu a morena, voltando a beijar a outra, puxando-lhe um pouco o lábio inferior. Susana desistiu de reclamar e deixou-se à vontade da rapariga.
Daniela mordeu-lhe de novo o peito, como sabia que a loura gostava, massajando-o depois. Continuou, passou pela barriga, cada vez mais abaixo, até se deparar com as calças da outra. Não ia deixar que um contratempo desses a impedisse de continuar, desabotoou-as, puxando-as até as remover. Susana ficou só com as cuecas e roçava-se contra o corpo da rapariga, implorando-lhe que prosseguisse. A morena sorriu-lhe, mas não lhe satisfez logo os desejos, retirou a sua própria roupa, deixando-se só em roupa interior, o conjunto vermelho que sabia que a loura adorava.
Teve uma outra ideia, deu um beijo rápido à outra, piscando-lhe o olho antes de sair de cima desta, dirigindo-se à cozinha. Susana assustou-se perante a ideia de que tivesse sido apenas uma partida, “Daniela Sousa se tu me deixas aqui eu…”. Daniela sorriu ao ouvir os protestos da loura, mas não tardou a voltar para junto dela, já com o que tinha ido buscar. Montou-a, mais uma vez e, agora com um cubo de gelo na mão, passou-lho pela têmpora, pela face, até o fazer deslizar-lhe pelo pescoço, vendo a outra arrepiar-se.
O cubo foi descendo mais, agora passando pelo peito da loura, fazendo com que este endurecesse e esta gemesse. Daniela voltou a beijar o peito de Susana, agora dando uma chupadela rápida, fazendo com que esta sentisse a diferença de temperatura. Continuou, deslizando o cubo pela barriga desta, até que este derreteu, deixando apenas umas gotas reluzentes na pele morena da outra. Voltou a beijar a loura, agora passando-lhe a mão ao de leve por cima das cuecas, apenas para a provocar. Foi intensificando os movimentos, até que achou que chegava.
Tirou-lhe o que restava de roupa, até lhe tocar directamente, ainda com a mão fria de segurar o pedaço de gelo. Susana voltou a gemer, agora mais alto, até que a morena substituiu a mão gélida pela língua. “Dani…hm”, sussurrou a loura, contorcendo-se um pouco. Daniela sorriu para si, ao observar os efeitos que tinha na outra. Nunca deixando de usar a língua, utilizou os dedos ao mesmo tempo, o que fez com que Susana gemesse mais do que alguma vez o tinha feito. Mas a morena não podia dar-lhe o que mais queria assim tão facilmente. Quando sentiu que a loura estava perto de ter um orgasmo, parou o que estava a fazer, frustrando-a.
“É tudo para ti?”, replicou Daniela, esboçando uma expressão de indignação.
“Já te tinha feito vir mais que uma vez se não me tivesses atado as mãos”, resmungou Susana, quase a dar em maluca, “Tira as cuecas e anda cá”
Daniela percebeu o que a loura tinha em mente, apressou-se a retirar o pequeno pedaço de pano rendilhado e a aproximar-se da cara de Susana, certificando-se que ficava virada para o corpo desta. Ao sentir a língua desta em contacto consigo, estremeceu de prazer. Não era mesmo preciso que a outra usasse as mãos, em pouco tempo já a morena gemia. Mordeu o lábio inferior, cravando as unhas nas ancas da outra. Estava tão perto…baixou-se, retomando o que estava a fazer antes de interromper e finalmente satisfez Susana, fazendo com que ambas atingissem o ponto alto daquela noite.
“Para a próxima fodo-te toda”, disse Susana, com a maior das naturalidades, como se estivesse a falar de meteorologia, mal se viu desatada pela morena.
“Fodes, se eu te soltar”, respondeu Daniela, beijando rapidamente a loura, antes de se deitar junto a esta, aconchegando-se nela. Não havia melhor que a namorada, em noites de Inverno, para se aquecer.

1 comentário:

  1. Vício , vício , vício ! *-*
    Espero mesmo que a Mariana não consiga estragar a relação delas as duas. Foi bom de ver a confiança que a Daniela depositou na Susana. E para além disso gosto de ver o "à vontade" com que a relação delas se desenrola. Sem aqueles ataques de ciúmes, controlo e coisas dessas, que só prejudicam. Ciúme é bom (tal como a Daniela sentiu), mas é quanto baste. :)
    Acho que me torno repetitiva ao dizer isto, mas não podia faltar : "Espero por mais!" :D
    Uma viajante dos blogues :) *

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