quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Capítulo 30

Obrigada a quem comentou o último post, peço desculpa pela demora mas tive os meus motivos, sendo um deles o facto de não me sentir 100% satisfeita com o resultado desta parte da história. Crítica construtiva também é bem-vinda :)

PS: Sparrow, a parte final não é para o teu bico xD MUITA gayzice/pieguice, como nunca o fui em toda a minha curta vida e não tenciono repetir

Marta arrancou mal Daniela entrou em casa. A viagem até à sua própria casa foi mais lenta do que gostaria pois, no banco de trás, Susana não parara quieta o tempo todo. Ao menos sossegara um pouco mal a morena tinha ido embora. Para seu alívio, chegaram finalmente a casa, casa essa que, por questões de privacidade, era ao lado da casa principal, dos pais. Tal aspecto já lhe dera muito jeito em muitas ocasiões, mais agradáveis que esta, diga-se.
Abriu a porta de trás do carro e arrastou a loura pela camisola, sempre só com uma mão e, com outra, abriu a porta de casa, atirando com a outra para lá. Esta não parou de tentar dizer meia dúzia de coisas incompreensíveis e de se desmanchar a rir a cada trinta segundos, mal se aguentando nas pernas. Teve que a segurar pela cintura até a conseguir levar até ao sofá, rezando para que fosse sensato deixá-la sozinha enquanto ia buscar um cobertor.
Assim o fez, no menor espaço de tempo possível, apenas respirando de alívio quando reparou que Susana não se mexera muito. Muito pacientemente, tentou ajudá-la a descalçar-se, apenas para levar com um pé na cara. Conteve-se para não lhe dar um biqueiro no lombo até que a conseguiu descalçar, tirar o casaco e metê-la a dormir.
“Amor, consegui pô-la a dormir. Agora vou dormir eu, beijinho, ly” e “Sousa, a tua miúda já dorme. Beijinhos e até amanha”. Deu o relatório tanto a Guida como a Daniela, respectivamente e foi dormir.
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Acordou, bruscamente, na manha seguinte com o som do conteúdo do estômago de Susana a ser projectado para o tapete da sala. “Ai Sousa, vais ficar a dever-me uma TÃO grande”, pensou, já a ficar mal-humorada. Dizendo um comboio de obscenidades, dirigiu-se à divisão onde a loura estava. Encontrou-a debruçada, com um ar péssimo e confuso.
“É bom que saibas que tu é que vais limpar isso”, rosnou Marta, nem querendo olhar para o estado do tapete e do que quer que tivesse tido a infelicidade de ter estado na direcção da outra.
“Ahm?”, balbuciou Susana, antes de voltar a vomitar. Quando recuperou minimamente a compostura, olhou para a outra com os olhos ainda entreabertos, “’Tou…onde e ‘caconteceu?”
Marta limitou-se a segurar o nariz entre as pontas dos dedos e a suspirar, antes de responder, “Credo…olha, apanhaste uma pedra daquelas, tiveste um acidente, por sorte eu e a Dani encontramos-te, trouxemos-te para minha casa e acabaste de te gregar no meu tapete”
“Ai…não…”, lamentou-se a loura, esfregando os olhos, nem se atrevendo a levantar a cabeça com vergonha, “Ela…a Dani…viu-me assim?”
Nesse momento a outra riu-se, sem humor, antes de responder num tom seco, “Agora é que vamos ter uma conversinha”
Susana olhou para ela com um ar confuso, abatida tanto pelo sono como pelo efeito do que quer que tomara, que acabara de passar, “Hm?”
“Espero bem que tenhas consciência do que fizeste ontem à noite”, começou Marta, ainda num tom baixo, embora cada palavra pesasse uma tonelada aos ouvidos da outra.
“Eu…não me lembro”, admitiu a loura, pestanejando, agora a ficar assustada com o facto de ter apenas um vazio negro na mente.
“Exactamente onde queria chegar!”, gritou Marta, perdendo subitamente o auto-controlo, “Tu achas que a Dani merece o que lhe fizeste? Que amigos são aqueles? Nem amigos são meu deus!”
“Só é pena ela lembrar-se e muito bem, não te envolveu só a ti”, continuou, subindo cada vez mais de tom, sempre sem prestar atenção à expressão estupefacta na cara de Susana, “Ela ficou preocupada, andou uma pilha de nervos a noite inteira, ainda foi bem-intencionada e tentou ajudar-te e tu, ouve bem agora, estavas com uma puta duma cadela que ainda a tentaste violar”
“Aviso-te, se voltas a repetir a graça, quer eu esteja por perto quer não…”, ameaçou Marta, contendo-se por não puder fazer o que ameaçava fazer, “…eu certifico-me que não ficas só com outra cicatriz, podes dizer adeus às partes do corpo que se dizem perfeitas, ela não merece, NÃO MERECE!”
Quando acabou Susana estava com uma expressão tão atordoada que apenas se podia limitar a abrir e fechar a boca, sem conseguir formular palavra. Talvez nem tivesse ainda processado toda aquela informação.
“E fecha-me essa boca”, concluiu Marta, virando-lhe as costas, mais calma agora que tinha descarregado, “A esfregona está na dispensa, quero esse tapete limpo e já”
Depois de ter dado permissão a Susana para que, depois de limpar o tapete, pudesse tomar banho, afinal Daniela não tinha que a ver com aquele aspecto também. Dirigiu-se à cozinha, preparando o pequeno-almoço, que comeu rapidamente pois o saltar a tampa tinha-lhe dado fome. Quando acabou, lembrou-se que a outra também deveria, certamente, estar com fome. Portanto preparou-lhe uma tosta. Susana veio juntar-se a ela, não muito depois, já com um ar mais desperto. Marta indicou-lhe a tosta, obtendo um agradecimento da outra, num tom arrasado. Esta sentou-se, dando dentadas com pouco entusiasmo na tosta. Naquele momento, Marta recebeu uma mensagem de Guida.
“Djia love! Já estou a chegar para ir buscar a Suse”
Marta sorriu para si, desejando que a visita de Guida tivesse sido noutras condições. Pelo canto do olho fulminou Susana com o olhar mais uma vez. Transmitiu-lhe a mensagem, à qual a outra se limitou a responder com um monossílabo incompreensível sem levantar a cabeça, que tinha pousada sobre os braços em cima da mesa. Não mais do que um quarto de hora mais tarde, a campainha fez-se ouvir, dando sinal que Guida havia chegado. Susana nem mexeu um único músculo, Marta foi abrir a porta, cumprimentando a namorada com um beijo, demasiado curto para o seu gosto. A loura teria picado a amiga, caso não estivesse como estava.
“Não me contaste nada do que se passou, amor”, lamentou-se Guida, fazendo beicinho.
“Isso conta ela”, respondeu Marta, num tom sombrio, “Aliás, acho que ela deve querer desabafar um pouco”
Guida mordeu o lábio, já em antecipação do que iria ouvir. Entrou na divisão onde a outra se encontrava, fechando a porta atrás de si. Marta, apesar de ter tencionado respeitar o direito à privacidade das raparigas, mas a curiosidade falou mais alto. Não aguentou, encostou o ouvido à porta, não se mexendo um centímetro. O ambiente lá dentro pesava como chumbo.
“Tu nem fazes ideia no estado em que deixaste toda a gente!”, ralhou Guida, passando uma mão sobre os cabelos, “O que é que aconteceu?”
Susana nem olhou para ela directamente, não sabia se por vergonha ou se por nem saber como o dizer, apenas sabia que era necessário desabafar. Tanto tempo ficou imóvel que a amiga a forçou a levantar a cabeça, fazendo-a olhá-la nos olhos. Quando a loura olhou para Guida, não conseguiu mesmo aguentar mais. Já tinha um par de lágrimas a deslizarem-lhe pela face.
“Então Susana?”, perguntou, já a ficar assustada, ainda mais do que já havia ficado desde que entrara naquela divisão.
“Guida…”, foi a única coisa que Susana conseguiu dizer, antes de ir abaixo numa sucessão de choro e soluços convulsivos. A amiga não pôde fazer mais do que limitar-se a abraçá-la, passando-lhe a mão nas costas à medida que lhe sussurrava ao ouvido que o que quer que fosse já tinha passado.
“Não…não passou, ela agora nem me quer ver à frente”, continuou a loura, não encontrando a mínima coerência necessária para explicar o sucedido, “E…agora?”
“Susana…calma, começa do inicio”, tentou Guida, apertando-a contra si, “Só assim é que te posso ajudar, o que é que aconteceu?”
“O Zé e os outros…tinham trazido heroína…é só o que me lembro”, explicou Susana, ainda a soluçar, “Acabei de saber que tivemos um acidente…depois a Dani encontrou-me não sei onde…andou preocupada e isso…o pior…”
Guida engoliu em seco, o seu primeiro instinto foi ir pessoalmente até onde quer que o grupo estivesse só para lhes fazer o que já lhe apetecia fazer há algum tempo, mas conteve-se, afinal ainda havia mais, “O pior…?”
“O pior foi que, como estava, se não fosse a tua namorada, eu tinha violado a minha”, finalizou a loura, sendo atravessada por uma nova onda de lágrimas e soluços, nos braços da outra.
Guida não soube mesmo o que lhe dizer. O que Susana tinha feito não tinha desculpa, mas era a sua melhor amiga e não a podia repreender naquele momento, pois sabia que ela não tinha estado mesmo em si. Limitou-se a segurá-la, não se importando que esta lhe manchasse a camisola. Ainda ficou um bom bocado, apenas a afagar-lhe o cabelo, como sempre a acalmara. Quando a loura começou a ronronar, deu-lhe um beijo na testa e garantiu que tudo iria ficar bem, embalando-a sempre.
Era melhor que Susana fosse para casa. Por muita pena que Guida tivesse de não puder passar, enfim, algum tempo de qualidade com Marta, naquele momento a loura era prioridade. Despediu-se da outra calorosamente, o que, de certa forma, transtornou Susana, que se limitou a pedir desculpa pelo incómodo e a agradecer a hospitalidade. Já no carro, a amiga ligou o rádio, de modo a aligeirar o ambiente, a outra limitou-se a fixar o olhar num ponto no vazio, até que, apesar do seu domínio de inglês limitado, a letra de uma música lhe chamou à atenção:
I was thinkin about her, thinkin about me.
Thinkin about us, what we gonna be?
Mesmo detestando aquele tipo de música, não pôde evitar sentir alguma comoção, de todas as músicas mais ao seu género, tinha que ser um rapper quem melhor descrevia como se estava a sentir. Deixou-se ficar a escutar o resto da música, sentindo um aperto à medida que continuava.
I was at the top and I was like I’m at the basement.
Shoulda put it down. Shoulda got that ring.
Cuz I can still feel it in the air.
See her pretty face run my fingers through her hair.
No final da música já tinha um nó na garganta. Mais do que não saber como é que havia de remediar a situação, custava-lhe ter a consciência de que o que tinha feito não tinha desculpa. Ao contrário do que normalmente teria acontecido, chegou a casa e fingiu perante o olhar da avó, que estava bem e que tinha sido só mais uma noite. Sabia que a senhora iria morrer de desgosto pois nunca a havia criado para ser uma violadora.
Com a desculpa de estar cansada, foi para o quarto, fechando a porta. Deitou-se um pouco na cama mas, apesar de se sentir tanto física como mentalmente esgotada, não conseguiu adormecer, tinha a mente a mil à hora. Nem o som do telefone antigo a tocar a fez reagir. Muito ao de longe, ouviu a avó dizer qualquer coisa, mas não deu importância. Antes de tentar sequer pensar em como encarar a namorada, ainda tinha que encontrar a paz de espírito. Tarefa essa que não se revelou fácil.
“Susana”, disse a idosa, na sua voz rouca e frágil que se tinha vindo a deteriorar ao longo do tempo, batendo à porta, “A Dani pediu que fosses lá a casa…parecia perturbada”
Estas palavras tiveram o efeito de um redbull em Susana. Levantou-se, nem se dando ao trabalho de se compor e começou à procura das chaves da mota, que já se encontrava em sua casa, por cortesia da amiga. Estava ainda a revistar os bolsos, implorando aos santos que não tivesse perdido as chaves, quando a avó a interrompe, “Está tudo bem, de certeza?”
“Espero que passe a estar…”, suspirou a loura, sendo honesta pela primeira vez naquele dia com a senhora. Encontrou finalmente as chaves, quase sorrindo de alívio. “Tenho que ir, até já, deseje-me sorte”
Não dando tempo à idosa para responder, correu de casa, esquecendo-se que se sentia como se tivesse sido espancada e pegou na mota. Nunca o caminho até casa de Daniela lhe pareceu tão dolorosamente longo, nem mesmo quando conhecera os pais pela primeira vez. Ao avistar a casa foi atordoada por uma onda de pânico. Só não queria que a morena a tivesse chamado para acabar…apesar de, na sua mente, talvez fosse o melhor porque já nem em si própria confiava. Muito a medo, tocou à campainha, fazendo das tripas coração enquanto aguardava.
Quando a rapariga abriu a porta, pôde verificar que esta não se encontrava no seu melhor, com olheiras e a expressão de maior fatiga que já vira.
“Obrigada por teres vindo”, disse Daniela, sorrindo como se ficasse sinceramente feliz por ver a outra, apesar do ar esgotado que tinha. A expressão que fez comoveu a loura, a quem custava ver a rapariga naquele estado.
Susana, que não sabia se havia de encontrar comprazimento na expressão contente da morena, se havia de dar com a própria cabeça na parede por ser ela a causadora de uma má noite de sono desta, demorou a formular uma frase, “Achei que era o mínimo que podia fazer, Dani”
“Hm…não queres entrar?”, tentou Daniela, que aparentava mostrar sinais de hesitação, “…para falarmos melhor”
“Por mim…”, respondeu a outra, à medida que sentia um arrepio na coluna, “está um bocado frio aqui”
A morena deixou-a entrar, encaminhando-as para a sala, que se encontrava acolhedora, tendo em conta que a lareira estava acesa. Sentaram-se no sofá, cada uma na sua ponta. A loura suspirou, em condições normais estaria a aconchegar a menina das bochechas cor de neve nos seus braços. Não desejava nada mais que repetir aqueles momentos.
“Sentes-te bem?”, perguntou Daniela, embora já soubesse a resposta. Como se a expressão arrasada da outra não fosse mais do que resposta. Só não sabia como iniciar aquela conversa.
“Para dizer a verdade, não”, respondeu Susana, deixando a cabeça cair sobre as mãos, permitindo-se a dizer, de uma vez por todas, como se sentia realmente, “Dormi pouco esta noite… já sei o que se passou, a Marta discutiu comigo de manhã e só lhe pude dar razão. O mínimo que posso fazer por ti é pedir desculpa, o mais certo é acabares comigo neste momento, sinto-me cada vez mais burra, já para não falar de estúpida por ter feito o que fiz, não tenho mesmo desculpa e só tenho que aceitar se terminares”
“Oh Suse...não digo que o que se passou não me deixou abalada, mas sabes que tenho plena confiança em ti, sei que não o farias se tivesses estado em ti, sei que nunca me forçarias a nada nem queres nada mais que o meu bem-estar”, respondeu Daniela, nem tendo que pensar sobre o que iria dizer, tal foi a naturalidade com que disse, “Não consigo fazer com que o que aconteceu caia no esquecimento, mas não consigo acabar contigo”
Era naqueles momentos que Susana ficava tão frustrada por nem sempre conseguir acompanhar o raciocínio dos outros, que quase lhe vinham lágrimas aos olhos. Esforçava-se imenso por conseguir, mas não era bem-sucedida tantas vezes como gostaria. Fosse na escola, onde se matava literalmente a estudar, apenas para conseguir ser mediana, fosse num diálogo ardiloso, “Desculpa…não consegues?”
A rapariga estava consciente do que a loura sentia todas as vezes que não entendia o que lhe diziam, nomeadamente o que ela dizia. Assim, escondeu a sua frustração, mesmo que não lhe apetecesse repetir-se e tentou mais uma vez, “Não consigo esquecer o que aconteceu mas não sou capaz de acabar com o que temos”
“Saber isso é bom, não consigo estar longe de ti, fazes sentir-me tão bem”, pronunciou-se Susana, mal se fez luz na cabecinha, “És a única pessoa que me consegue pôr o sorriso mais brilhante nos lábios e as lágrimas mais duras na face, sabes bem que te amo”
“O sentimento é recíproco, mesmo que não o expresse verbalmente tão bem como tu”, respondeu Daniela, profundamente tocada pelas palavras da outra, “...não digo para fingirmos que aquilo nunca aconteceu, mas sei que não foste tu, a Suse que eu conheço e amo nunca faria aquilo”
“Sabes bem que não, desculpa”, disse Susana, encontrando finalmente a paz. Encurtou a distância entre elas, aos poucos. Colocou a mão na face macia, outrora cor de neve, agora corada pelo calor proveniente da lareira, da rapariga, aproximando-a de si, antes de a beijar, com suavidade e ternura. Não se permitiu a arriscar intensificar o beijo, não sabia até que ponto a rapariga estava segura. Esperou que esta lhe desse algum sinal subtil para avançar. Quando a sentiu afagar-lhe a cara, aproximando-se, deixou-se beijá-la com mais desejo.
À medida que esta se ia tornando cada menos reticente, ia avançando um pouco, deixando-se levar. Pegou-lhe nas pernas e puxou-a para o seu colo, deste modo encurtando a distância e aumentando o contacto. A morena nunca a impedira, apesar de avançar devagar. Quando esta colocou os braços em torno do seu pescoço e a puxou para si, colocou-lhe as mãos na cintura. Tomando a iniciativa por um instante, Daniela puxou-lhe o lábio inferior ao de leve. Susana, por sua vez, considerou isso como um sinal para continuar. As mãos que previamente repousavam na cintura da rapariga começaram a brincar-lhe com a camisola, até que lhe acariciaram a pele macia e quente da cintura.
Daniela estremeceu dos pés à cabeça ao sentir as mãos um pouco frias da loura em contacto com a sua pele, o que a fez interromper o que estava a fazer, com um suspiro. Susana interpretou isto como um sinal de que tinha ido longe de mais, retirou as mãos e abraçou a morena, sussurrando-lhe as suas desculpas, ao ouvido. Por sua vez, Daniela mordeu-lhe o pescoço ao de leve, respondendo ao ar confuso com um sorriso cúmplice. Tirou o telemóvel do bolso e consultou as horas. Ainda tinham imenso tempo.
"Os meus pais ainda demoram...", disse, sorrindo.
Susana demorou um pouco a reagir. Queria muito fazer aquilo, demonstrar à namorada o quanto a amava fisicamente, mas não confiava em si própria depois do que quase fizera. Notando a hesitação desta, a rapariga voltou a colocar-lhe os braços em torno do pescoço, puxando-a para si, antes de a beijar intensamente.
Espera…”, pediu a loura, segurando as mãos à rapariga, “Depois do que te ia fazendo não confio em mim mesma para fazer isto…”
"Suse...tens a certeza que estás bem?", perguntou Daniela, que percebia o porquê dos receios da outra. Mal obteve a confirmação desta, colocou-lhe as mãos no peito, "Eu amo-te, sabes que confio em ti e sei que não farias nada para me magoar"
Aí a outra percebeu-se dos sentimentos da morena e que esta confiaria plenamente em si, como sempre fez. Mesmo assim, deixou que esta lhe pagasse na mão e a encostasse ao peito, de modo a que pudesse sentir o seu coração. Este tinha um ritmo bastante acelerado para o normal e só então, Susana percebeu que deveria avançar e que era o que a namorada queria.
Ainda com a rapariga no seu colo, Susana prolongou o beijo, mas não sem lhe dizer que a amava. Beijou-lhe o pescoço lentamente, apertando-a contra si. Voltou a beijar-lhe os lábios, nunca interrompendo o beijo enquanto a deitava de costas, deitando-se, por sua vez, por cima desta.
O clima na sala já estava suficientemente quente e o mérito não era da lareira. Sem querer, rolaram e acabam por cair do sofá, onde outrora estavam deitadas, agora usufruíam do ar quente e do chão frio da sala da morena. Nessa altura, a outra apoderou-se de Daniela, removendo a camisola que esta possuía. Já esta só se conseguiu arrepiar, pelo seu corpo fazer contraste com a diferença de temperatura entre o chão e o ar, mas depressa aqueceu. Aproveitou uma oportunidade para se erguer um pouco do chão e ajudar a namorada a extrair a t-shirt que envergava, pois Susana nunca tinha frio.
Daniela estremeceu um pouco ao sentir o joelho da loura entre as pernas, muito junto. Deixou-se ficar a observá-la um pouco, por muitas vezes que visse Susana, nunca se fartava de apreciar a beleza desta, já nem a associava a Andreia.
"És linda...", disse, com um suspiro, corando um pouco. Dar elogios nunca fora seu hábito, mas desta vez não se conseguira conter.
A outra sorriu, antes de voltar a baixo e de a beijar, pondo todo o sentimento que sentia pela rapariga nesse beijo. Voltou a descer, beijando-lhe o pescoço, nunca mordendo. O facto de a morena lhe raspar as unhas nas costas, sentindo-lhe os contornos, motivou-a a continuar
Susana não parou, mas ouviu, de bom grado o elogio de Daniela e esforçou-se para dar o máximo. Baixou-se um pouco, parando um beijo terno e cheio de emoção, beijando a barriga, os ombros e consequentemente o peito, ainda coberto pelo soutien que a rapariga envergava. Os beijos no peito e bem perto do coração fizeram a morena arrepiar-se, fazendo a loura decidisse remover o que cobria o peito de Daniela.
Esta colocou-se, de modo a facilitar que a loura lhe tirasse o soutien. Uma vez que este já se encontrava algures pela sala, Susana beijou-lhe o peito directamente, ocasionalmente dando uma trinca muito leve, o suficiente para a morena se arrepiar e arquear as costas com prazer. A rapariga, que nunca fora de gemer, limitou-se a morder o lábio, esse tempo todo, ficando um pouco ofegante.
Daniela tomou a primazia de extrair as calças da loura, decididamente satisfeita, por voltar a constatar, que a namorada tinha um corpo perfeito. Deixou-a ajudar a remover as calças, facilitando que esta fizesse o mesmo às suas. A rapariga decidiu tomar o controlo por um bom bocado, fazendo a outra girar no chão, com uma volta perfeita. Assim, a loura tomou posição face à namorada e apoderou-se dos lábios da mesma, o que fez com que esta sentisse a cicatriz que tinha feito há pouco tempo. Foi lentamente indo na direcção do peito de Susana fazendo esta arrepiar-me... tentando voltar a assumir o controlo, mas sem sucesso. Daniela estava efusivamente excitada e de pouco valia o esforço da outra.
Mesmo tendo as mãos a tremerem um pouco, a rapariga removeu o soutien da loura, que foi fazer companhia ao seu num canto da sala. Sentindo os seus lábios roçarem na cicatriz irregular da outra, a morena prolongou o beijo. Susana, com uma mão apoiou-se no chão, por cima da namorada, com a outra, apertou-lhe o peito, deixando que esta continuasse a descer até lhe chegar ao elástico da roupa interior. Aí, o pequeno pano que escondia as partes íntimas foi removido com o maior cuidado, proporcionando mais prazer a cada uma delas. Por muito que se esforçassem saberiam que o derradeiro momento de êxtase estava muito próximo.
Com cuidado, Susana assumiu novamente o controlo, extraindo as cuecas de Daniela, fazendo esta repetir o processo. De modo a não deixar de ter contacto labial com a namorada, utilizou novamente o joelho e uma mão para massajar o peito rijo que a namorada possuía naquele instante. Depois passando a mão pelas curvas de Daniela, Susana deixou a sua mão deslizar até às partes íntimas da namorada, satisfazendo os seus maiores desejos, ouvindo-a gemer e gabando-se para si, que conhecia bem de mais o corpo da morena e que de certeza seria a pessoa que lhe proporcionava maior prazer.
Daniela, não pôde mesmo evitar gemer, Susana sabia mesmo como lhe proporcionar o que mais queira naquele momento. À medida que a onda de prazer que sentia aumentava, a morena arranhava as suas costas, mas a outra não se importava que nos dias seguintes ficasse com marcas, até gostava.
"Hm...Suse", gemeu a rapariga, ofegante, não aguentando muito mais
Imitou o procedimento da loura, e desceu pelas suas curvas magníficas, tentando fazer o melhor que conseguia com o que a outra lhe tinha ensinado ao longo daqueles meses. Sabia o que Susana gostava e decidiu-se a ir por aí, sem medo de errar, como por vezes em tempos anteriores tinha acontecido. De súbito a loura gemeu, coisa que a rapariga tinha ouvido poucas vezes. Aquele gemido deu às duas, um dos últimos momentos de êxtase, antes de atingirem o ponto mais alto do momento.

1 comentário:

  1. Bem, comecei ontem à noite a ler a história. E apenas descansei quando a "terminei" (por agora).
    Está uma história completamente apaixonante. E viciante , diga-se de passagem. Acabo de ler um capítulo e apetece-me logo de seguida passar para o próximo. Sou sincera , por mim , podias publicar já mais uns trinta que eu ficava aqui a noite toda a lê-los. :)
    Gostei MESMO muito do que li até agora!
    Reparei agora que disseste que as publicações andavam escassas devido a problemas. Espero que isso passe. :)
    ( Por mim punhas já os capítulos todos que tivesses escritos , ahah :p )
    Compreendo que isto seja algo demorado e que envolva muito trabalho e dedicação.
    Estás mesmo de parabéns (e quem te ajuda também) ! :)
    Espero que publiques mais , em breve. Comentarei mais.
    Uma viajante dos blogues :) *

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