quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Capítulo 1


“Oh meu Deus…”, pensou Daniela ao erguer os olhos do copo de vodka que se encontrava na mesa à sua frente, em momentos como este nem o cigarro que tinha entre os dedos a ajudava a descontrair.
Apesar da névoa de tabaco e da fraca iluminação do bar, a presença “dela” era impossível de não se destacar, quanto mais ignorar. Era a primeira ida de Daniela a um bar do género e, à partida sabia que as raparigas e mulheres que iria encontrar não seriam propriamente dignas de serem capa da Playboy. Parece que afinal havia uma excepção e essa mesma excepção estava diante dos seus olhos.
Daniela levou o cigarro aos lábios, tentando não tremer a mão e deu um bafo, segurou a nicotina uns segundos e calmamente soltou-a, tudo sem nunca deixar de fixar o olhar no da rapariga que agora se tinha encostado a uma parede enquanto fumava o que não era um cigarro de certeza. Era alguém que não condizia bem com aquele ambiente de “gajas que doíam só de olhar”, mas sim numa disco popular e mais…enfim, convencional.
A Sra. “Salta-me para cima” deu, demoradamente, uma passa no charro. A sua imagem transmitia uma confiança e imponência fora do comum, ainda que conseguisse, ao mesmo tempo, acalmar a pessoa mais exaltada, tal era a descontracção. O cabelo dourado que lhe caía em cascata pelas costas estava sempre a ser puxado para trás por uma mão enorme de dedos compridos que, não eram propriamente cuidados e com manicura perfeita, mas sim descuidados. Do local onde Daniela estava não dava para distinguir a cor dos olhos, se bem que estes brilhavam intensamente. O top branco justo que usava abraçava-lhe o corpo, não deixando as suas curvas à imaginação, apesar dos ombros largos que acentuavam a cintura fina. Um olhar mais atento permitiu à morena constatar, com a sensação de ter levado um soco no estômago, que a rapariga que estava junto à parede era mesmo muito parecida com a rapariga que, há uns anos atrás a tinha apresentado à dor de um amor não correspondido. Embora esta fosse loura e a outra morena.
“A melhor parte?”, suspirou Daniela, “Está a olhar para mim”. Pegando na vodka que havia esquecido, Daniela deu um gole, com esperança que a soltasse um pouco, cada vez que levantava a cabeça para fitar a outra, sentia uma sensação de nostalgia, um sentimento que não era doce, mas também não era amargo de todo.
Com outra passa no charro, a loura sorriu levemente mas com intensidade e pisca o olho, parecia minimamente disposta a não ignorar a rapariga de cabelo cor de mogno corajosa o suficiente para passar a noite de saltos. E foi assim que Daniela, deixando a curiosidade e ilusão tomarem lhe conta das acções, se dirigiu até onde a outra estava.
“Hm…olá”, disse de forma pouco confiante, apesar de a presença da loura a fazer sentir-se mais tranquila. Era demasiado parecida com a sua paixão para que tudo isto não deixasse de ser bastante doloroso.
“Olá, queres fazer-me companhia?”, respondeu a outra com um sorriso travesso, como uma criança que tenciona pregar uma partida. Ao perto dava para perceber que, ainda que brilhantes, os seus olhos azuis não eram mais que o vulgar azul que muita gente tem, afinal não se podia destacar em tudo, pelo menos não eram o castanho chocolate do seu antigo amor. O que não impediu de forma alguma que a morena de ar delicado e inocente se sentisse cativada. Esta, no entanto tinha uma postura que era a oposta àquela que tanto a havia cativado há alguns anos atrás. Muito mais calma conseguiu sorrir em retorno e aceitar o cumprimento com um “pode ser”, quanto mais tempo passava na presença da Dj, mais recordava tempos antigos, mesmo que se magoasse um pouco.
Daniela, agora praticamente à vontade tocou no braço da outra rapariga e encaminhou-a para o sofá novamente, sentando-se ao lado da rapariga cujo nome ainda não sabia. Mesmo sendo nova naquele mundo e ingénua tanto nele como fora, a proximidade com que a outra se ajeitou no sofá e o braço nas costas deste não lhe passaram despercebidos, não que a ausência de timidez da outra fosse motivo de queixa, não mesmo. De certa forma começara a sentir que, já que não pudera “ter” o seu velho amor, talvez com alguma sorte pudesse ter quem de mais parecido existia. Sentiu inundada pela esperança, pela primeira vez em muito tempo.
“Nunca te vi antes, é a primeira vez que cá vens?”, perguntou a loura, sempre com o “sorriso maroto”.
“Sim, nunca cá tinha estado”, respondeu Daniela satisfeita por a conversa não estar impregnada com falta de à vontade.
“Bem me parecia, se te tivesse visto antes de certeza que me lembrava”, brincou ela piscando o olho novamente, “Tens algum nome que vá com essa cara bonita?”
“D-Daniela e tu?”, disse a morena, um tanto surpreendida pelo namoriscar ligeiro da loura. Não só lhe preenchia o ego, como também concretizava uma fantasia antiga. Não se podia sentir mais feliz.
“Daniela…”, murmurou a outra como se estivesse a saborear o nome, sem se aperceber que tinha sido ouvida, “Susana”
Daniela levou o seu par de segundos a apreciar o ar pensativo da outra rapariga enquanto murmurava o seu nome e a forma como o dizia, sentiu-se lisonjeada de certa forma, ainda assim tinha que manter a conversa a fluir, “Susana? Gosto imenso desse nome”
“Ainda bem”, disse Susana com um sorriso leve, “Tenho que te perguntar, estás aqui porquê?”
Ainda que estivesse um pouco baralhada pela pergunta evasiva da outra rapariga, a morena disse, num tom brincalhão, rindo um pouco, “Aquele rapaz com quem estava já me tinha prometido esta noite há anos”
“Então vieste cá só para teres uma noite diferente ou tens interesse nas meninas?”, perguntou Susana sempre sem abandonar o tom bem-disposto.
“Bem, vim principalmente para experimentar outro estilo de vida…mas no fundo tinha esperança de conhecer alguém”, apressou-se Daniela a acrescentar, estava a dar uma imagem que não a favorecia aos olhos da loura.
“És daquelas que querem experimentar estar com raparigas e depois voltam para o namorado ou jogas mesmo para a equipa da casa?”, interrogou Susana. O tom melancólico com que disse a parte do experimentar não passou despercebido à morena.
“Eh, pode-se dizer que sou Joker, jogo para ambas equipas”, brincou Daniela, para aligeirar o ambiente, embora tivesse tomado uma nota mental para investigar melhor o historial da loura.
A DJ. riu-se com a resposta, mesmo assim retorquiu, “Ainda bem, era alta facada se não fosses! Desculpa a observação, mas…”
“...mas?”, incentivou a rapariga, sentindo uma súbita ansiedade, não se sentia preparada para ser deitada abaixo.
“…mas és muito verde nisto, não és?”, concluiu a loura, pelo menos era directa e não contornava o assunto.
“Se estás a perguntar se alguma vez estive com uma rapariga digo-te já que sim, só uma vez mas sim”, defendeu-se Daniela, ainda que tivesse sentido uma onda de alívio, não era assim tão auto-confiante que não temesse nenhum comentário menos agradável.
“Hm, pronto não leves a mal”, sussurrou Susana, aproveitando para colocar a mão sobre a de Daniela e apertar levemente. O contacto fez a rapariga tímida arregalar os olhos e estremecer um pouco. Se ignorasse a cascata de cabelo louro e os olhos cor de safira, era a sua menina sem tirar nem pôr.
“Desculpa, não pensei que te fosse incomodar”, balbuciou Susana, tentando retirar a mão.
“Não, a serio, está tudo bem, só não estava à espera”, assegurou Daniela. E, juntando o gesto à palavra, entrelaçou os dedos longos com os da outra rapariga, provando a si própria que o conseguia fazer. Era tudo ou nada, se não hesitasse esta seria a noite em que tornaria um sonho realidade, nem estava a pôr a hipótese de não conseguir levar tudo até ao fim.
Foi o momento da outra se surpreender com o gesto da rapariga, ainda assim aproveitou para acariciar com o polegar as costas da mão da morena. E assim ficaram durante um bocado, até que Susana, ao reparar que Daniela estava confortável com a situação e já se aproximava mais dela, colocou o braço nos ombros desta, puxando-a para si.
Daniela ficou sem reacção por uns instantes, ainda assim, optou por se deixar levar, afinal estava tudo a correr às mil maravilhas, esta estranha dar-lhe-ia, sem saber, o momento de uma vida…ou pelo menos o mais aproximado dele possível, só tinha que imaginar uns pormenores. Encostou a cabeça no peito da loura e deixou que esta lhe encostasse a cara no cabelo, estava mesmo bem.
“Estás bem assim?”, perguntou Susana num sussurro.
“Hmhm”, gemeu Daniela, enquanto se aconchegava melhor nos braços da rapariga de olhos azuis.
“Linda menina”, sorriu Susana, dando um beijinho na testa da morena, que estremeceu como se tivesse sido atravessada por uma corrente eléctrica, só que desta vez não ia estragar o momento nem por nada. Levou uma mão à cara da Dj e acariciou-lhe a face, passando pelo maxilar, pescoço e, por fim, voltando a entrelaçar os dedos com ela.
Foi então que aconteceu aquilo pelo qual tanto ansiava.
Daniela só se apercebeu do que ia acontecer quando viu a loura a aproximar-se…
Susana passou suavemente os lábios pelos de Daniela, sem a beijar, a morena fica sem reacção por um momento, mas ao sentir a loura entreabrir os lábios, decidiu que, se era um sonho, então iria aproveitá-lo em grande. Beijou-a com cuidado embora sem hesitações, sentindo-a mover os lábios ao mesmo ritmo. A Dj passou a língua pelo lábio inferior de Daniela, ambas brincam com as línguas, enquanto a loura colocou as mãos na cintura da morena, que gemeu levemente. Separaram-se quando a necessidade de respirar era mais forte, mantendo-se encostadas pela testa.
“Wow…”, suspirou Susana, ainda de olhos fechados e ligeiramente ofegante, “Surpreendeste-me agora, ainda melhor do que o que eu tinha imaginado”
Daniela não respondeu, precisava de um par de momentos para se aperceber do que tinha acabado de acontecer, tinha acabado de concretizar parcialmente um desejo antigo, cuja chama ainda resplandecia. Não querendo desperdiçar tempo, decidiu aproveitar a onda de desinibição que sentia. Entrelaçou o ondulado dourado do cabelo da outra nos dedos e puxou-a para si, começando a mordiscar ao de leve no lábio inferior da loura.
“Hm, se é assim que queres…”, sussurrou a loura. Agarrou a anca da morena e puxou-a para cima, ficando esta virada para si, com ambas as pernas em torno da sua cintura, “…é assim que vais ter”
A morena recompôs-se rapidamente do choque e depressa voltou à tarefa anterior, sentindo as mãos de Susana contornarem cada curva do seu corpo, até que descansaram nas suas ancas, apenas durante breves instantes, para voltarem a passear-lhe pelo corpo, desta vez agarrando-lhe as nádegas. Durante este tempo todo, Daniela passou a língua pelos lábios da loura, brincando-lhe com a língua, até que passou para o pescoço, beijando-o e mordiscando, até deixar uma pequena marca. Susana separou-as, finalmente, para descontentamento da morena.
“Não é que não esteja a gostar, porque estou a adorar”, disse a loura, ofegante, “Mas é melhor continuarmos noutro lado, vem comigo”
Neste momento Daniela estava demasiado perdida para retorquir, além de que desejava nada mais do que prolongar os momentos passados. Foi assim que deixou que a outra lhe tomasse a mão e a conduzisse para o WC da disco, fechando a porta atrás de si. Tão depressa como o desenrolar dos acontecimentos anteriores, a morena sentiu-se comprimida entre a parede fria e o corpo quente da loura, que perdeu apenas um par de segundos para a olhar nos olhos num misto de desejo e…afecto?
“Não tens dúvidas em relação a isto?”, questionou Susana, afogueada e entre beijos.
“Shh, não digas nada”, respondeu a rapariga, num murmúrio urgente, apressando-se a silenciar a outra com um beijo. De cada vez que a DJ falava ou era, simplesmente, ela própria, mais a fantasia de Daniela se fragmentava.
Susana tomou a resposta como luz verde para prosseguir. Deixou os lábios da morena para lhe beijar o pescoço, ocasionalmente mordiscando com mais força até deixar um chupão, conseguindo um gemido ligeiro da rapariga, cujas mãos lhe agarraram os ombros com força. Por sua vez, as mãos da loura, que repousavam previamente na cintura de Daniela, começaram agora a brincar-lhe com a camisola, até que a puxou, por cima da cabeça da morena. A mente da rapariga estava enevoada, apesar de estar a delirar com as sensações, inúmeros flashbacks de episódios passados, nos quais a sua mulher paradigmática era a estrela principal, tendiam a surgir. Numa medida desesperada para bloquear estes pensamentos, fechou os olhos com força.
A DJ considerou o cravar das unhas da rapariga nos seus braços como prazer e desceu ainda mais, beijando-lhe o peito, obtendo outro gemido por parte de Daniela.
Apesar dos seus melhores esforços para bloquear as imagens que teimavam em surgir no seu pensamento, a rapariga não pôde evitar senão repassar memórias de uma certa pessoa morena de olhos cor-de-chocolate. A rapariga cerrou os olhos até não puder mais e, numa tentativa frustrada de parar o desencadear de pensamentos que lhe vinham à tona na mente, quase instintivamente, cravou as unhas nos braços de Susana com tanta força, que a outra soltou um gemido de dor. Ainda assim, a loura pareceu gostar, pois, depois do choque inicial que a fez recuar um passo, passou a língua pelos lábios, lambendo-os e olhando para a morena com um ar deliciado. Não se demorou muito, segundos depois estava de voltar a atacar o corpo da morena.
Entre gemidos de verdadeiro prazer, Daniela vi-a, à sua antiga chama, anos atrás a ajudá-la numa apresentação, a defendê-la de alguém que lhe mandava bocas, simplesmente a dizer-lhe olá e, por fim, a rejeição…era demais.
“Susana…PÁRA!”, gritou Daniela, empurrando a outra para longe de si. Não conseguia, por muito que tentasse, fingir que a pessoa com quem estava era outra, mesmo que imaginasse que aquele ondulado cor de ouro era escuro, que aqueles olhos claros eram igualmente escuros, não era a mesma coisa.
Os acontecimentos seguintes sucederam-se demasiado depressa para que tivesse tempo de os registar, Daniela vestiu apressada e descuidadamente a camisola, percorreu a distância até à porta o mais depressa que conseguiu, empurrou quem se encontrava no seu caminho e finalmente partiu em direcção à madrugada, deixando para trás alguém tão estupefacto que não teve reacção este tempo todo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Prólogo


“Susana passa-se algo?”, perguntou Guida preocupada. A sua melhor amiga já não era estranha nenhuma naquele estilo de vida, afinal estava enterrada nele até aos cabelos desde os 15 anos, mas por algum motivo parecia melancólica naquela noite, “Não pareces nada tu…”
“Oh não é nada…”, murmurou de volta Susana enquanto voltava a colocar os fones na cabeça, suspirando. Mal podia esperar que a noite chegasse ao fim. No decorrer de cinco anos tinha tentado assentar, mas acabou por cometer uns erros com os quais esperava ter aprendido, daí a sua decisão de se tornar Dj e animar a noite em vez de se afastar completamente da vida à qual estava habituada, desta maneira podia entreter-se e, embora não quisesse admitir, observar quem vinha, alem de que precisava do dinheiro. Uma relação pessimamente acabada não lhe dera outra alternativa senão desistir de procurar algo sério e aproveitar a vida.
“Se estás aborrecida vai lá abaixo e diverte-te, eu tomo conta disto”, voltou a tentar Guida. Tinha conhecimento da preferência da sua melhor amiga pelo mesmo sexo desde os 12 anos e aceitava, apesar de não partilhar os mesmos gostos, afinal não ia para uma disco…ahem, alternativa, por assim dizer, senão porque sabia que Susana gostava de a incluir numa parte tão importante da sua vida. Concluindo, custava-lhe vê-la tão abatida sem sequer saber o que a atormentava, “Se quiseres falar, já sabes, sou toda ouvidos”
“Estou a aborrecer-me, já sei que se for lá abaixo basta virar-me para qualquer uma e piscar-lhe o olho que ela cai-me aos pés”, disse finalmente Susana, não era que fosse convencida, não, pelo contrário, no fundo até que era muito modesta, mas não ao ponto de ser cega e não se aperceber do efeito que a sua aparência tinha nos outros, “Onde está a piada nisso? Preciso de um desafio”
Realmente era verdade, reparou Guida, não só a sua amiga não tinha o menor problema em conseguir quem queria, mulher ou homem (caso os quisesse e ainda estava para vir o dia) como também os modos promíscuos das frequentadoras do bar não dificultavam. Levantou a cabeça e observou a multidão que se aglomerava na pista de dança. Havia imenso contacto físico e a timidez, se é que alguma vez houvera alguma, rapidamente era abandonada com o auxílio do álcool.
“Vá lá, tem que haver alguém por aqui que não tenha as mãos dentro das calças de outra pessoa”, pensou Guida frustrada. Decidiu rapidamente que talvez devesse dirigir a atenção para outro lado. Concentrou-se nos sofás que não estavam tão cheios e os seus olhos verdes límpidos pousaram numa rapariga que se encontrava ao lado de um rapaz de cabelo comprido. “Ora o que temos nós aqui…”
A rapariga parecia nervosa, talvez fosse a primeira saída num local como aquele, não largava o braço da companhia e pareceu um tanto desagradada quando outra rapariga lhe agarrou o rabo, ainda assim Guida, apesar de não apreciar mulheres, tinha que admitir que aquela era bem-parecida, feminina e com cabelo escuro comprido, tinha um ar frágil e delicado com uma inocência doce, as bochechas estavam um pouco coradas e os olhos vidrados.
“Susana chega aqui!”, disse freneticamente, parece que afinal ainda havia hipótese de divertir a Dj, “Já tinhas visto aquela por aqui antes?”
“Deve ser nova por cá, pelo menos não me lembro da cara dela…”, disse Susana de olhos arregalados.
“Então, o que é que achas?”, insistiu Guida. Com alguma sorte ainda havia de ser uma noite interessante, “Podias tentar ir-lhe ao pacote e tal…”
“É bem gira e faz o meu género, mas olha bem para ela, de certeza que é hetero e só veio acompanhar o guedelhudo”, murmurou Susana num tom amargo.
“Sim…é provável”, descaiu Guida, mas recuperou rapidamente, “Bah, só sabes se fores lá e olha, fazemos assim, eu tomo conta disto por aqui e tu tens até às 3 para a conseguires comer, querias um desfio, tens o teu desafio”
“Hm, não sei, ela parece tão deslocada aqui que não se vai sentir nada à vontade…”, suspirou a Dj de modo desanimado, estava enternecida com o ar inocente e tímido da rapariga e por isso receava intimidá-la.
“Só vais saber se tentares e ela está tão tímida que de certeza que não te cai aos pés assim tão facilmente”, insistiu Guida, “E se continuar a ser assediada por aquelas horrorosas que até dói olhar para elas, vai ficar traumatizada e nunca mais cá põe os pés e tu não a tornas a ver”
“Isso é que não!”, riu-se Susana, “Convenceste-me, vou lá e vejo o que posso fazer por ela, se tiver sorte ainda lhe pago uma bebida.”
“Vai-te a ela, gata”, brincou Guida, “Agora a sério, tu vê lá o que fazes que estas não aparecem por aqui todas as noites.”
“Pode estar presa mas eu solto-a, até ao final da noite garanto-te que já a tenho”, disse a Dj, bastante mais confiante, “Se jogar para a minha equipa, é claro…”
“Tanta confiança mas ainda chegas aqui de mãos a abanar”, picou Guida, afinal tinha que se divertir, “Vamos dificultar um pouco, caso ela não jogue para a equipa da casa, vais ter que a fazer querer experimentar”
“Oh Guida, isso já vai ser um bocadinho impossível”, disse Susana, apesar de já ter bastante experiência e de já de lhe ter passado todo o tipo de raparigas (menos este, talvez) pelas mãos, meter-se com uma que favorecesse o sexo oposto era demais.
“Se o conseguires eu prometo-te que um dia experimento o teu estilo de vida”, desesperou Guida, o que uma rapariga não tinha que fazer pela sua melhor amiga.
“Aceito! Mas não te esqueças do que disseste”, disse Susana antes de tirar os phones e partir em direcção à rapariga mistério. Parece que afinal esta ia ser mesmo uma noite interessante.

Algumas ideias a reter de antemão

Ora bem, este blog foi criado como meio de divulgar uma história que começou por ser um passatempo e que, apesar de o continuar a ser, tem vindo a ocupar uma parte cada vez mais significativa em termos de importância pessoal, equivalente às dimensões que tem atingido.

Antes de publicar o primeiro capítulo, gostava de deixar claros alguns pontos:

- A escrita é algo que faço apenas nos tempos livres, um entretenimento. Como tal, não é de esperar que o que escrevo seja propriamente uma obra digna do Nobel;
- Críticas são bem-vindas, pois vejo-as como uma forma de me aperceber dos defeitos e poder corrigi-los, elogios, caso os queiram dar, são muito apreciados;
- As personagens são baseadas em pessoas e vivências reais, ainda que muito subtilmente;
- Enjoy :)
Posto isto, resta-me desejar uma boa leitura e um bom dia :)